10 junho 2009

Similaridade

O fragmento de texto selecionado abaixo foi extraído por mim de um artigo sobre “Meu nome é Legião” do Antônio Lobo Antunes. Não me lembro o nome do autor do artigo. É sobre o escritor português, mas caracteriza perfeitamente o romance de Raimundo Carrero. Talvez não aqueles que pertencem ou nasceram influenciados pelo Movimento Armorial, mas os de feição urbana, entre os quais merece destaque “Somos pedras que se consomem”.

" (...) o autor fabrica os personagens na agenda informativa do dia, recorta-os das páginas do "Correio da Manhã", decalca-os do violento alinhamento dos noticiários da TVI, descobre-os na batalha que diariamente está travada nos bairros degradados da periferia."

Carrero encontra suas personagens nas páginas de jornal, principalmente nos cadernos policias. Há ali uma verdadeira galeria de tipos, diria ele. Mas talvez o mesmo faça Rubem Fonseca, Marçal Aquino e tantos outros que dão especial enfoque ao viver nos grandes centros urbanos. Reo-realismo? Talvez, mas sem incorrer no anacronismo do estilo de época.

3 comentários:

Emmanuele. disse...

ooi prof :P
passando rapidinho por aqui... =]

Mário disse...

A velha lição de Rilke: não culpe o cotidiano por não ser literário; culpe a si mesmo por não ser capaz de tirar literatura do cotidiano.

Helder Herik disse...

É isso Nivaldo. A literatura está nas coisas simples. Na poeira que se junta embaixo do nosso colchão. Ninguem as pôs lá, mas ao levantar-mos o colchão o papelão tem sempre aquela camada fina de poeira. Aquilo são os nossos sonhos, que saem da cabeça e viram poeira.

Valeu cara