15 fevereiro 2014

Analisando o caso

Analisando o caso Caio Silva de Souza, o rapaz de 22 anos, da Baixada Fluminense, responsável pela morte do cinegrafista, depois de manusear artefatos explosivos, notamos sem conter nossa frustração, que ele não era nenhum ativista político, anarquista tampouco, que nunca terminou o ensino médio, e que provavelmente nunca leu um livro na vida, muito menos Proudhon. Que não fazia parte de nenhuma célula terrorista, oriunda de uma republiqueta islâmica incrustada no século XIV. Não, o Caio, de acordo com as investigações, não é ninguém. Só um cara pobre. Tudo indica que ele e outros jovens recebiam 150 reais de políticos para provocar baderna nas manifestações de rua.


Diante do caso percebemos que as coisas assumem outro grau de complexidade quando nos dispomos a ir mais fundo. Diz que generalizar é o que faz o néscio quando apenas se permite uma análise superficial. Aprofundar-se diante de um tema, de uma discussão, é, às vezes, incorrer no risco de encarar as contradições do nosso próprio discurso. O Brasil está muito (acho que sempre foi) político-partidário. A oposição ao Governo nunca foi tão debilitada. Não há uma discussão séria, apenas nos encarregamos de reproduzir outro episódio da Torre de Babel. Está difícil enxergar por trás da cortina de fumaça, mas uma coisa é certa: o que importa é a verdade. O rapaz, claro, vai ser enquadrado e preso, mas isso é só a ponta do iceberg; estamos lidando com algo muito mais sério do que homicídio não intencional. 

Nenhum comentário: