12 maio 2009

Teimosia


Dizer que um escritor segue a tradição não é afirmar em outras palavras que ele seja cultor de formas anacrônicas ou temas idem; não confundir com neoclassicismo. Também não é acusá-lo de plágio, tampouco fazê-lo herdeiro de uma herança segundo a contingência da legitimidade do sangue; nada a ver com a ética aristocrática, mas com a ética segundo Hesíodo; estamos falando do esforço da labuta, do direito adquirido, por que conquistado.

O texto acima é o primeiro parágrafo de um artigo que escrevi faz uns dez anos. Na época eu achava que tudo se resumia numa equação elementar: dedicação e labuta. Hoje eu sei que não é tão simples, mas ainda não desisti e consigo extrair consolo de uma frase de Flaubert: “Não importa, terei algum valor por minha teimosia.”

Nenhum comentário: