24 abril 2011

Thor e outras mitologias

Sempre gostei de gibis, às vezes acho que aprendi a ler com eles, talvez mais do que isso, aprendi a gostar de ler, principalmente a ler histórias. É por isso que as primeiras personagens que povoam meu imaginário de criança são os heróis da Marvel como o Homem Aranha, Capitão América e Thor. É verdade que depois eu conheci o deus nórdico; li mitologia e me inteirei da história, mas isso só mais tarde, na minha adolescência Thor foi para mim um dos Vingadores com sua armadura inspirada nos romanos e seu elmo com asas. Mas Thor foi um dia cultuado pelos pagãos germânicos. Um dia foi um deus dos mais valentes e queridos, aquele que representava a força da natureza, filho de Odin e esposo de Sif, deusa da colheita. Também descobri que Thor é identificado com Júpiter porque dividem a mesma maternidade da Mãe - Terra e como protetores da comunidade têm o carvalho como símbolo. Tácito o identifica com Hércules.

Fico imaginando o que pensariam aqueles que um dia cultuaram o deus do trovão – refiro-me aos antigos alemães, noruegueses, dinamarqueses, irlandeses e anglo-saxões, muito antes da sanha cristã – se pudessem ler o futuro e descobrir que seu deus um dia seria reduzido a herói de histórias em quadrinhos, coisa de criança, mero entretenimento. Sandice. Mais do isso: blasfêmia. Mas o fato é que Thor, que já não bastava ser morto por Jormungandr, a grande serpente, não passa hoje de mitologia, e por isso não é desrespeitoso integrá-lo a equipe dos Vingadores, ao lado de Vespa, Homem formiga e Visão.

Thor, o personagem dos quadrinhos, foi criado por Stan Lee, Larry Lieber e Jack kirby, e sua primeira aparição deu-se em 1962, na número 83 da Journey into Mystery, nos Estados Unidos. Confesso que não leio mais as histórias do deus do trovão com o mesmo entusiasmo que fazia nos meus 13 anos, mas continuo gostando de quadrinhos, a maioria com uma proposta voltada para a arte – hoje reconhecida – e temáticas adultas como são os gibis de Robert Crumb, Crepax e Art Spiegelman. Mas ainda gosto de quadrinhos de aventura. No final dos anos 90 descobri o Selo Vertigo e desde então compro e leio as histórias do John Constantine e Jesse Custer.

O que tem essas personagens que ver com Thor? É fácil responder, assim também como este aqueles também se valem da exploração de uma mitologia. Enquanto para os criadores de Thor a mitologia nórdica ofereceu os elementos necessários para a criação ou recriação do universo da personagem do gibi da Marvel, para Constantine e Jesse Custer, a mitologia é outra, uma mitologia ainda em voga, na qual os homens de boa fé depositam credibilidade e alimentam esperanças. Uma mitologia que até então só era vista como mitologia pelos desapaixonados, materialistas e subversivos do senso comum. Uma fabulação inverossímil que vinha sobrevivendo como ideal platônico finalmente desmistificado por Diógenes.

Constantine é uma espécie de bruxo, versado nas artes da magia, capaz de conjurar o demônio ou exorcizá-lo, sempre às voltas com o deus dos cristãos e Lúcifer que deseja ardentemente sua alma. Jesse Custer, por sua vez, é um pastor em crise de fé, que acaba possuído por Gênesis, uma entidade poderosa, filho de um anjo e um demônio. Ao lado de Tulipa, sua namorada e o vampiro irlandês chamado Cassidy, Jesse empreende uma verdadeira cruzada para encontrar Deus (ele mesmo, Javé) que abandonou o céu e ninguém sabe seu paradeiro.

Num texto que li no Google, alguém comenta que “os tenazes e engenhosos missionários do cristianismo persuadiram os homens do Norte a adotar a religião mais branda.” Referindo-se aos pagãos que substituíram Thor por Cristo. Não sei quem foi que escreveu tamanho disparate nem quero saber, mas a tal persuasão foram quatro séculos de perseguição, morte e tortura provocada pelos tais tenazes e engenhosos missionários contra os “bárbaros”.

Nos nossos tempos o deus atual parece que também se encaminha para seu lugar que é a mitologia. Uma prova disso está na exploração dele como produto de mercado do entretenimento. Filmes e gibis que são comercializados para deleite de um público que representa a grande massa de consumidores. Todo mundo agora partilha da mesma opinião de que não é desrespeitoso integrar Thor ou qualquer outra divindade a equipe dos Vingadores. O deus de Constantine é o mesmo de Jó que apostou com o diabo a cabeça do homem e Jesse Custer, em sua procura por Deus, é como aquele homem que vai à missa ou ao culto, são personagens de ficção ou fabulação do tipo usada para entreter as crianças enquanto aguardam o sono. Personagens que nos divertem porque nos transportam da realidade para um mundo de pura magia.

13 comentários:

Mahria disse...

Também aprendi a ler com gibis, depois passei para jornais, revistas e finalmente livros, mas até chegar a eles foi o quadrinho que veio primeiro, no entanto o seu deus preferido, o Thor eu conheci pela TV. Lembro que ele tinha cabelos longos e loiros e olhos extremamente azuis , como todos os nórdicos, ou pelo menos o tipo mais comum, usava um martelo mágico e era protegido por Odim. Mas, tinha muitos outros como o Namour, o príncipe submarino, meio gay, é certo, mas porque não? Agora me diz uma coisa, como pode um comunista de carteirinha gostar, ler e apreciar o Capitão América? kkkk... Não consigo coordenar isso.... Bem , mas como eu digo tudo me parece seguir um ciclo, e quem sabe mais prá frente não estaremos louvando outras deidades,como o Grande Ford, plagiando "Admirável Mundo Novo"?

Nivaldo Tenório disse...

Cômico é você afirmar que Jesus é uma figura histórica (qual é a comprovação disso? Os evangelhos? Os canônicos que foram escritos e reescritos ao longo de muito tempo e apesar de tanta reescrita, falsificação e adulteração não foi possível corrigir-lhes toda espécie de contradição e incoerência? Ou os apócrifos nos quais encontramos Jesus capaz de prodígios tão ou mais inverossímeis do que Thor?

Cômico é você acusar um marxista de ódio. Olhe ao seu redor, meu amigo, ódio é o outro nome da religião, principalmente a dos monoteísmos. Não odeio deus. Não se pode odiar o que não existe. Odeia-se a idéia que “deus” representa e aquilo que fazem dela.

Cômico é você dizer que os cristãos foram esmagados. A quem você está se referindo? Comida de leão? Em que século você está? A história oficial é a história dos cristãos. Os cristãos não são mártires, são vencedores. O mal está feito. Os cristãos que você conhece não sentem ódio? São todos eles capazes de sentir “uma vontade absurda de ser cristo para sacrificar-se pelos homens”.

Qual o país das maravilhas que você habita? Mande lembranças minhas à Alice.
Um abraço.

Nivaldo Tenório disse...

Muito bem, você e suas referências históricas. Vamos a elas:
1. Sobre a obra de Tácito alguns fatos são relevantes e ninguém que está preocupado com a busca de uma verdade histórica pode desconsiderar. A obra chegou aos nossos dias aos pedaços. São descrições fragmentadas do reinado de Tibério e Cláudio. A parte relativa a Calígula foi completamente perdida. É fato que sua obra passou muito tempo esquecida. E assim como a obra de Josefo, ela pode ter sofrido alterações, sim senhor. Nos Anais há uma passagem que fala de Christus como fundador de um partido chamado Os Cristãos. Um grupo de pessoas que: “foram anatemizadas por seus crimes”. Essas são as palavras que aparecem na sua descrição sobre o incêndio de Roma. Como você deve saber, os Anais foram publicados depois de 115 da era comum. Quase um século depois de Jesus. Supõe-se, portanto, que a fonte de Tácito tenha sido os próprios cristãos e os evangelhos de Marcos, Mateus e Lucas que já circulavam na época que saíram os Anais. Alguém que acompanha nossa conversa, talvez não saiba, mas o mesmo Tácito, no mesmíssimo livro acusa os cristãos de cometerem abominações. Outro fato interessante é que o livro só vai ser citado de novo no século XV e dele só resta uma única cópia que esteve em poder da Igreja onde permaneceu durante toda a Idade Média. Se ele pode ter sofrido alguma alteração? Você duvida?
2. Quanto a Suetônio, nA Vida dos Doze Césares, pode-se dizer o mesmo; sua citação diz respeito aos cristãos, a seita e não a Jesus e seus prodígios como ressuscitar mortos e andar sobre as águas. E mesmo a referência que faz – que não prova nada sobre o Jesus histórico – pode ter sido falsificada.
3. Sobre Josefo não resta nenhuma dúvida que ocorreu a falsificação. Isso é hoje aceito até mesmo pelos padres da Igreja Católica. Mesmo um leitor descuidado perceberia a mudança de estilo no texto que se refere a Jesus. Capítulo que foi inteiramente incluído no seu livro Antiguidades Judaicas, se eu não me engano, pelos jesuítas. Josefo, que não tinha nada a ver com os cristãos, sendo cidadão romano e judeu chama a Jesus de Cristo e o faz com tanto sentimento e devoção que nem todo sacerdote é capaz de expressar. No resto do livro nenhuma palavra sobre Jesus e sobre ele, Josefo, nenhum registro há de que fora convertido.
4. Sobre Plínio, o jovem e sua carta ao Imperador Trajano não acho que apresente qualquer evidência do Jesus histórico. Ele nos dá conta, isso sim, dos cristãos. Só isso como demonstra o trecho que reproduzo da Epístola I.X 96: “... os cristãos estavam habituados a se reunir em dia determinado, antes do nascer do sol, e cantar um cântico a Cristo, que eles tinham como Deus”. Isso não prova nada. Prova que havia um culto. Pronto. É interessante notar que a carta teria sido escrita depois de sua ida para Bitínia, em 111 d.c.
5. Sobre Pilatos você provavelmente está se referindo a uma suposta carta dele para Tibério. Nela Jesus é descrito como loiro e celestial. Há muito elogio e muita admiração do procurador da província romana da Judéia ao quase crucificado. Os elogios que faz e a admiração que demonstra nem de longe lembram a atitude de quem vai lavar as mãos mais tarde. E isso não é tudo. No final conclui a missiva referindo-se nesses termos ao alquebrado prisioneiro: “Jesus só podia ser mesmo o verdadeiro filho de Deus.” Que Deus, eu pergunto. Zeus? Quando a maioria dos judeus (ainda hoje é assim) não conseguiu reconhecer em Jesus o legítimo filho de Deus, como imaginar que o fora por Pilatos em carta endereçada a seu Imperador? Mesmo uma pessoa ingênua ou ignorante precisaria fazer um esforço enorme para engolir isso.

Nivaldo Tenório disse...

6. Você cita alguns autores que teriam citado Jesus (fato muito discutível) e quanto a tantos outros que não lhe fazem nenhuma menção como Marcial, Plínio, Ptolomeu, Plutarco, Hermógenes, Apolonio, Crisóstomo, Epitectus,Valério Flaco etc etc...
7. Eu me recuso a falar de Tertuliano – que perseguia os “hereges” – e outros padres citados por você além de outros que num momento de suas vidas foram convertidos. O testemunho deles é pessoal. Que dizer mais? Nossa argumentação tem como base a razão e busca por uma verdade histórica ou científica. Testemunho baseado na fé não vale nada. Não nessa perspectiva. Que diria você de um testemunho de oficiais de Hitler sobre o Nazismo ou dos escritores colaboradores do stalinismo sobre o partido soviético? Não valeria nada, não é? O mesmo se diga de testemunho de cristãos sobre o cristianismo.
Essas considerações me fizeram lembrar David Hume, é ele quem diz:
“Os muitos exemplos de milagres, profecias e eventos sobrenaturais forjados, que em todas as épocas foram detectados ou por provas em contrário ou por si mesmos, pelo seu caráter de absurdo, são comprovação suficiente da forte propensão da humanidade para o extraordinário e o maravilhoso, e com razão despertam a suspeita contra qualquer relação desse tipo. É estranho, pode dizer o leitor consciencioso, que fatos prodigiosos como esses nunca aconteçam hoje em dia, mas não é nada estranho que os homens mintam em todas as épocas.”
Quanto à vida sem Deus, você deve ter razão, realmente fica muito difícil imaginá-la. É por isso que nas sociedades teocráticas há tanta harmonia. Os direitos civis nunca são violados. Não há déspotas e são sociedades que desconhecem completamente o sentido da guerra. Basta olhar para o Irã, Paquistão, Israel ou Palestina. Já sei, você vai dizer que eu citei sociedades que vivem sob a égide do islã ou judaísmo, não é? Porque só o deus dos cristãos é o único e verdadeiro e livros como o alcorão e a bíblia hebraica não passam de falsas interpretações do divino. Mas nós temos memória, não é? Um dia houve sociedades teocráticas cristãs. Nessa época é notável o nível de tolerância dos cristãos para com os outros.
Em nosso país, como em outros de maioria cristã, na chamada contemporaneidade, o sentido do democrático, respeito aos direitos civis e a tolerância são prerrogativas da laicidade muito mais do que de uma ética cristã.
Nesse contexto o cristianismo precisou se adequar aos novos tempos, é por isso que todo mundo (cristão) só leva a sério a bíblia aquilo que é conveniente – os católicos fazem muito bem em não ler – e todo mundo faz vista grossa a livros como Deuteronômio e o Levítico que prescreve a pena de morte para o adultério, por recolher gravetos no dia de descanso e por ser insolente com os pais. Sim, e por fazer sexo com o outro do mesmo sexo. Quem assegurou os direitos civis aos homossexuais foi o Estado laico. Pela religião (de todos os monoteísmos) homossexuais que fossem estariam todos no corredor da morte.
Aqui para nós, acho que foi desonesto da sua parte julgar o marxismo sob a perspectiva de Stálin e o que, pelo amor de deus, você quer dizer quando vincula libertinagem a figuras como Voltaire, Rousseau e Nietzsche? Este último, em especial, conhecido pela sua timidez junto às mulheres. O que é isso? Trapaça?
Jesus, meu amigo, não passa de mais uma, além das milhares existentes, tentativa de interpretar o que o homem chama de divino. Tal interpretação, como outras realizadas por africanos, chineses, indianos etc pelo mundo afora diz respeito apenas a quem dela necessita porque não pode conviver com a idéia que um dia vai virar comida de verme.

antonio candido de souza disse...

Interessante quando percebo o quanto a religião lança o individuo no corredor da mesmice no tocante ao divino. A divinização do cristo é algo surgido quase em meados do século V, até então ele era tido como uma espécie de profeta, como o foi maomé depois. A divinização surgiu, depois, pela necessidade de dar aos pagãos recém convencidos, a figura da divindade que eles tanto almejavam. Constantino tem culpa nisso. O respeito, a moral e aos bons costumes nada têm a ver com o cristianismo e sua doutrina ou filosofia. Conheço mil pessoas sem igreja ou religião que são mais coerentes que a grande maioria dos crentes. A lembrar: a corrupção da mensagem é algo incontestável, grandes mentiras repetidas exaustivamente por séculos, tornam-se ao fim, em verdades incontestáveis. Ai daqueles que a contrariarem, pois aos olhos do mundo são vistos como aberrações. Há mais verdades fora das religiões do que dentro delas.

Nivaldo Tenório disse...

Não estou surpreso que tenha sido você, nessa conversa, quem primeiro perdeu a razão. Quer dizer que porque eu concordo com a atitude de um estado laico que reconhece os direitos civis dos homossexuais é porque eu também sou homossexual? Não, eu não sou homossexual, mas estou feliz que eles tenham conquistado tais direitos. Você fala que havia ódio nas palavras escritas de Marx. Você costuma lê o que escreve? Há muita raiva neles. Coisa muito estranha para quem diz que seu maior paradigma é o amor.
Mas você não deve ser mal, é talvez ingênuo, deve ter tido uma educação rígida, se é que me entende, talvez uma mãe biruta acossada pela idéia de culpa ou um famigerado pai ou padrasto pastor fundamentalista. Deve ter sido assombrado durante a meninice com a promessa do inferno e outros lugares freqüentados por John Constantine. Diz, por exemplo, que não pode haver cristianismo sem cristo assim como não tem marxismo sem Marx. Diga-me uma coisa, meu amigo de nome esquisito, você já ouviu falar em Sherlock, o detetive? Pois é, é criação de um autor inglês, o Conan Doyle. Esse personagem povoou de tal modo o imaginário de seus leitores que eles acabaram escrevendo para seu endereço. Isso aconteceu com a personagem de um romance policial. E o que dizer de Hamlet, Dom Quixote e tantos outros personagens de ficção? Você conhece alguém (de carne e osso) mais interessante do que uma personagem de ficção? Duvido. Eles estão mais vivos na cultura que os forjou do que a maioria das personagens históricas. Jesus nunca existiu como homem, nunca fez nada daquilo escrito na bíblia, as fabulações e contos da carochinha etc, mas ninguém pode negar que ele é personagem de um livro (mais de um) um livro certamente mais importante do que um romance policial, e é como personagem que se transforma em mito. Nada mais. Nada menos.

Nivaldo Tenório disse...

Você citou o Kazantzákis, também gosto muito dele e é interessante aquela passagem da Última Tentação quando Jesus, um pouco velho, passa por uma praça, acompanhado de sua segunda mulher e meia dúzia de filhos, e tem sua atenção fisgada pelas palavras de Paulo que prega para uma multidão. Depois de alguns minutos Jesus se enfurece com tanta mentira e loucura dita pelo homem que mais tarde vai ensinar a seus sectários o ódio ao conhecimento e às mulheres. Jesus grita lá de seu canto que é mentira tudo aquilo, que ele não morreu tampouco ressuscitou. Diz isso e vai embora. Paulo deixa a multidão e corre a fim de acompanhar o Jesus cinqüentão. Eles discutem. Jesus novamente o chama de mentiroso. E aí Paulo se sai com uma ótima (uma coisa que nos faz pensar em Dostoievski) diz que não importa que ele não tenha sido crucificado, morto ou ressuscitado. Nada disso importava, porque o Jesus dele, de Paulo, esse sim, morreu na cruz e ressuscitou e um dia vai voltar. Paulo, o canastrão, ensina ao crente como deve se relacionar com Jesus. É o único modo de conceber Jesus. É claro que você teve algumas experiências extraordinárias, mas você – que sai por aí chamando aos outros de viado – é um tipo muito especial.
Sobre o Deuteronômio e Levítico não é babaquice o que eu disse, a não ser que na sua bíblia a tradução tenha corrigido esse pequeno lapso moral (afinal você há de concordar comigo que nem mesmo os homossexuais devem ser assassinados) em todo caso, a minha bíblia (de Jerusalém) tem sua tradução na íntegra. Talvez você a queira emprestado ou talvez você não deseje ler o V.T. , acho que é de bom alvitre, principalmente depois que os arqueólogos e judeus Israel Finkelstein e Neil Asher Silberman no A Bíblia não tinha razão concluíram que mais de 90 por cento ali escrito não passa de ficção.
Eu recomendaria a você a leitura das obras literárias, isso de ficar lendo resumos não presta. Sobre aquele grupo de autores que você chamou de libertinos só há o Marquês que mais ou menos se enquadra no perfil ou pelo menos seus personagens (de fato ele exagerou um pouco nA Filosofia na alcova). Quanto aos outros, ninguém foi assassino. Ou pelo menos não há nenhuma evidência disso, o Hemingway, por exemplo, lutou na guerra (do lado certo) foi da resistência, bom sujeito, a Sylvia nos faz as melhores recomendações sobre seu caráter.
Quer dizer que eu tive a mente forjada por pessoas mal resolvidas e você pelos filósofos? Que filósofos além dos teólogos? Você não conhece nada de filosofia, deve ser do tipo que se contenta com os resumos que encontra na internet. Provavelmente não foi além de Platão.
Acho que devemos ficar por aqui, não faz mais sentido, depois do vexame que você deu, continuar a discussão.

antonio candido de souza disse...

Caro Nivaldo, de acordo com tudo que escreveu(ou não escreveu?) sobre as mulheres, o grande viado da história foi o tal de Paulo(ou Saulo?) ou viaulo? Sim, existem grandes homens no campo filosófico, agora, entre os teólogos, muitos maníacos existiram, Agostinho que o diga.
Como a discussão descambou para a ofensa em relação a sua pessoa, seria bom encerrar a conversa, senão além de herege e homossexual, você será acusado de ter atirado no Papa(não no Chico Bento), mas no outro que é quase santo.

Audejan disse...

Permitam-me uma intervenção historiográfica.
Não pode existir argumento cartesiano para o semióforo “CRISTO”, uma vez que o Cristo histórico, documental não existe. Os resíduos históricos deixados por sua sociedade não trazem elementos possíveis de serem testados pela maldita experiência do carbono 14 para suposta documentação factual. O fato de ser o barro a grande peça decorativa e o nomadismo e comércio o modus vivendi dos judeus prejudica sobremaneira esta tese. Agregado ao azar, Roma em sua incompetência documental, deixa de registrar em Doc. Referendum a passagem do Rei dos Judeus em seu calabouço, seu julgamento e condenação. Sua existência é tão provável historicamente quanto a do Cérbero Dantesco e a do Argos Omeriano. Todavia, como sua figura foi deificada por Roma, ela é tão imensamente importante para o ocidente que nunca se discute a sua real existência. Ele existe porque se CRÊ nisto.
Noutra frente, os símbolos sagrados que justificariam a existência bíblica do Cristo: O Graal, O Santo Sudário, a Arca da Aliança e a lança de Longinus, se foram recuperadas, foram execradas da sapiência dos homens e enterradas junto com os mistérios do medievo nebuloso. Novamente reafirmo, Ele existe porque se CRÊ nisto.
Penso que, no devaneio de querer intelectualizar o mundo, possamos imaginar um tempo de questionamentos e reflexões sobre a figura do Cristo histórico. Porém, na realidade amarga e irracional do mundo semi-analfabeto, pensar a sociedade dos homens sem a ética cristã é quase impossível.
Por fim, gostaria de sugerir que deixemos para o homem a responsabilidade da escolha sobre seus atos. Nem só de cristão vive a boaventurança e nem só de ateus vive a maldade. Figuras não cristãs são dignas de respeito, a exemplo de Gandhi e do Dalai Lama. No contra-censo, cristãos fervorosos nos dão provas cabais de insanidade e violência, mantendo a miséria em países de colonização católica como o nosso, vendendo indulgências e negociando a salvação como fazem os pastores da Universal ou corrompendo, violando e estuprando jovens como alguns padres do clero secular o fizeram e fazem.

Ars von Otheles disse...

Ia passando pela porta do inferno, agora há pouco e vi um cara esbravejando contra os céus, pelo menos é o que ele pensa. Vi logo que se tratava de um cristão. E pelo jeito que ele tentava agredir um passante, talvez ateu, fiquei apavorado e me lembrei da Inquisição.
tiosamantipt, fiquei pensando: que nome fantástico! Puxa saco: tio sam; antipt: abreviatura de antipático. Talvez, contra pt, mas, não deve ser possível depois da administração de Lula que tirou o país da bosta e botou como 5ª economia do mundo e enfiou uma cambada de ex-pobres nos shoppings. Que saco! Não acredito que ele gostasse da situação anterior, seria anticristão. Amor, compreensão, perdão, amizade, tolerância… essas coisas desaparecem do pensamento cristão na hora da briga ou da política.
Vade retro, antipático! Embora católico, estou torcendo pelos ateus do blog. Fazem menos mal à garganta, pelo menos quanto a apertos.

Mahria disse...

Minha gente , vão arrumar o q fazer e deixem estas coisas irrelevantes de lado, pois a vida é para ser vivida e n discutida. beijos a todos. Ciao!

Ars von Otheles disse...

Que coisa impressionante está acontecendo aqui. Vou copiar tudo e escrever um livro sobre uma nova dialética: do quase nada pode-se construir toda uma filosofia.
O cara não me conhece, admito ser intelectual porque, infelizmente, possuo um conhecimento bastante acima da média, tanto por oportunidade como por QI, não moro em Garanhuns, sou católico, mas devo ter entendido a Bíblia erradamente, porque está bastante diferente do que o filho do SAM anda lendo. A que conheço prega o amor e a compreensão, respeito e tolerância. Coisas que o pseudo-cristão parece não ostentar.
Ele, esse tal filho do SAM, conclui sem informações, é impressionante. E deve ser ruim de matemática também. Pode ser contra Lula, mas tem que admitir que o país bombou depois dele e não tem muito a ver com o país falido que ele pegou para administrar. Leia a respeito, antes de chegar a conclusões sem informações. Veja os relatórios do Banco Central…
Você tem razão, Mahria, esse cara não vale a pena. Não dá para construir um debate.
Ponto final.

antonio candido de souza disse...

Eu havia conversado com Nivaldo que não meteria meu "bedelho" nessa discursao estéril. Primeiro porque extrapolou o limite do aceitável, pois descambando para a ofensa pessoal, perdeu totalmente o sentido. Segundo porque não se pode discutir com pessoas que guiam suas convicções pela emoção, desprezando totalmente a razão. Terceiro, termos pejorativos e linguagem chula não se coadunam com um debate de pessoas que defendem pontos de vista conflitantes. O último parágrafo do Tio samantip é simplesmente lastimável.