A primeira vez que ouvi falar de Francisco de Morais Mendes, foi na Livraria Cultura, durante o último festival de literatura do Recife. Fernando Monteiro dividia a mesa com Rogério Pereira, editor do Rascunho, e entre uma coisa e outra aquilo de que mais me lembro foram as reclamações de Fernando sobre o desinteresse das editoras do Brasil em editar literatura de boa qualidade e o nível de ignorância dos leitores.
Nos sete contos o autor nos apresenta uma galeria de personagens marcadas por uma espécie de auto-exílio. São incapazes de se comunicar. Incapazes de se relacionar e sofrem de alguma compulsão ou obsessão que expressam seu mal estar e deslocamento do mundo. Esse aspecto de paranóia, entretanto, tão comum em alguns escritores americanos como Pynchon, DeLillo e Paul Auster com quem Francisco Mendes certamente dialoga, não foi o que mais me chamou a atenção em a razão selvagem, mas a maneira como as histórias se estruturam, partindo de um núcleo central e nos levando não a situações incomuns como faz Cortázar, mas aos desdobramentos de situações comuns.
Aspereza e densidade são dois adjetivos que cabem muito bem para classificar a prosa desse mineiro que faz uma literatura na contramão de livros fáceis e campeões de vendas que tanto agradam aos leitores medianos e irritam o Fernando Monteiro.
3 comentários:
Nivaldo, eu não li. Mas vou ler. Movido pela curiosidade que você me despertou, igualmente, a você, pedi o livro pela ESTANTE VIRTUAL. Semana que vem o livro Razão Selvagem chegará às minhas mãos. Lerei. Depois vou vim aqui dizer: eu li Francisco de Morais Mendes!
abraço.
ele é o meu pai
gabi
ELE É MEU IRMÃO. CHICO COMEÇOU A ESCREVER EM NOSSA MODESTA CASA NA FLORESTA EM BH. DIVIDIMOS O MESMO QUARTO, MAIORIA DAS VEZES BAGUNÇADO, PUTZ ERA UM "BELICHE" NOSSA CAMA. EU DORMIA EM CIMA E ELE NA CAMA DE BAIXO, LOCAL QUE ESCREVIA SEUS POEMAS E QUARDAVA NA GAVETA DA COMODA. GAVETA LOTADA DE PAPEIS, BONS TEMPOS. SAUDADES!!! BEIJO - TONINHO
Postar um comentário